quinta-feira, 17 de junho de 2010

Gangrena e ódio

Gangrena e ódio

E fora uma alegria que galgara desenho tão glamoroso. Era um copo vivo de vinho, todo intumescido, parecia um balão cheio de vida. Pulsou por alguns dias, adormeceu em seguida. Murchou, retraiu-se e confirmaram: era lindo e ardiloso. Nunca se havia visto coisa tal! E um dia, o médico informou com ar natural que a perna seria amputada. A linda gangrena gasosa, sua diferença e placitude, seria levada embora, roubada! O menino gritou e chutou, cheio de ódio, queria para si seu relicário, seu ópio. Mas o médico malvado malogrou o desenho que a natureza presenteara, pois no chute, estourara.

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