segunda-feira, 21 de junho de 2010

Na farmácia

Teste de intrepidez

O mundo não o quis.

Cresceu na bandidagem, mas nunca matou ninguém. Não era bandido.

Dê a alguém o mínimo para custear o antídoto para todos os males do mundo para ver o que o responsável faz.

Não tinha dinheiro, nem para um pão, quanto mais para um jantar no BM prato.

Numa tarde, achou uma pistola de brinquedo, no chão, avulsa, perto de um amontoado de brinquedos de feira de camelôs.Decidiu tentar um engodo numa farmácia próxima. Dois reais valiam uma refeição!

Dois reais do farmacêutico e nunca mais faria isso. Tentará uma vida diferente

Entrou na farmácia

Ânsia em tarja preta

Uma mãe pegou sua filhinha na escola. Passará antes à farmácia para pagar seu último medicamento que deixou fiado. Carregava uma maletinha de psicotrópicos na mão. Estava boa, já fora um suporte das mais variadas sandices. Quem diria. Agora tem até o regalo de ter um filho. E que graça era a pobre criança. A mãe deixará de usar o medicamento logo. Nunca mais, sequer uma Neosaldina.

Tragédia

Ao entrar na farmácia, a mãe deixou a criança próxima ao balcão, onde passava um assistente de farmácia. Ao mesmo tempo, o bandidozinho entrou. Rendeu a mãe com pistola de brinquedo e mandou de pronto o farmacêutico, que vinha dos fundos, abrir o caixa. Não percebendo, na sua inocência, o que se passava, a criancinha engatinhou com a maletinha a te a mãe, pensando que todo alvoroço era uma brincadeira.

Não percebeu o farmacêutico que havia uma criança debaixo do balcão. Se percebesse, quem sabe poderíamos ter um final menos triste.

Tenso com toda a situação, o farmacêutico não pôde controlar seu impulso pela pressão do bandido, ameaçando a vida da moça se ele não lhe entregasse o dinheiro. Pegou de um revolver escondido no balcão e, desesperadamente, atirou. Excreções e partes voaram, banhando o chão e a criança. O corpo da mãe e do bandido caíram. O revolver de brinquedo ao pé da menininha, junto à maletinha de psicotrópicos. O Farmacêutico...

Um suicídio.

A criança pegou a pistola de brinquedo e fez “bum-bum”, em sua legítima inocência, apontando-a para a cara fragmentada do farmacêutico.Levou à boca uma aspirina que caíra da maletinha de remédios da mãe. Chupou o comprimido com gosto.

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